O
silêncio imposto pela seleção da CBF
Estou retornando para casa com a mulher e os dois filhinhos, vindo de Marudá.
Foram três dias curtindo (ou sendo curtidos) ao sol de Crispim e Algodoal,
praias paradisíacas de nossa região litorânea. A entrar em Belém encontro as
ruas vazias, desde a rodovia principal até as ruas do bairro onde moro. Faz um
silêncio há muito não visto ou percebido. Para não ser funesto não direi que
faz um silêncio sepulcral, mas um silêncio de decepção, de frustração, de
conviver com o inesperado, com o imprevisível. As casas fechadas com seus
moradores, algumas com sacadas ocupadas por pessoas taciturnas, sérias,
desoladas aguardam o imprevisto jogo entre Alemanha e Argentina. Essa é a expressão. Tudo a partir dos malfadados 7 a 1. Os singelos
enfeites aplicados à rua que estou passando, resultantes do sacrifício
econômico e braçal dos torcedores mais fanáticos, agora tremulam ao vento parecendo escarnecer. Ontem, na última decepção desta apelidada Copa das Copas, um
conhecido narrador esportivo dizia, diante das últimas palmas que eram dadas
aos jogadores brasileiros que já perdiam de 2 a 0 para a Holanda que essa
seleção era de todos os brasileiros, enfatizando essa afirmação. Será? Não acho
e acho que muitos acham também que não. A seleção dita brasileira porque
composta por jogadores brasileiros não tão bem selecionados é única e
exclusivamente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), ou melhor, de seu
presidente e seus sequazes. E é esse presidente de conduta censurável quem
escolhe o treinador que, por sua vez escolhe quem ele bem quiser, ou quem a si
for sugerido (imposto mesmo) pelo presidente. E como pode ser constatado essas
convocações foram feitas dentro da conveniência deles. E deu no que deu,
mostrando que a seleção é deles, que são brasileiros, mas não de todos os
brasileiros como quis impingir o narrador. Encerro este texto aos 28 minutos do
primeiro tempo. Ainda está zero a zero, diferentemente com a seleção da CBF que por esse tempo, a quando da semifinal, já levava de 5.
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